Realidade Escondida

terça-feira, 25 de agosto de 2009

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Agita Galera 2009

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Alimentação adequada

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Pirâmide alimentar

Obesidade

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OBESIDADE

Sinônimos e Nomes populares: Excesso de peso corporal, aumento do peso corporal; aumento de gordura, gordura.

O que é?

Denomina-se obesidade uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde, ou seja, que traz prejuízos à saúde do indivíduo.

Anorexia

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ANOREXIA NERVOSA

Sinônimos: Anorexia, transtornos alimentares

O que é?
Anorexia nervosa é um transtorno alimentar no qual a busca implacável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.

O que se sente?

Perda de peso em um curto espaço de tempo.

Alimentação e preocupação com peso corporal tornam-se obsessões.

Crença de que se está gordo, mesmo estando excessivamente magro.

Parada do ciclo menstrual (amenorréia).

Interesse exagerado por alimentos.

Comer em segredo e mentir a respeito de comida.

Depressão, ansiedade e irritabilidade.

Exercícios físicos em excesso.

Progressivo isolamento da família e amigos.

Bulimia

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BULIMIA NERVOSA


Sinônimos: Bulimia, transtornos alimentares

O que é?
A Bulimia Nervosa é um Transtorno Alimentar que se caracteriza pela ingestão de grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos), seguidos por métodos compensatórios, tais como vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar.

O que se sente?

Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.

Vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso.

Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal.

Depressão.

Obsessão por exercícios físicos.

Obsessão por exercícios físicos.

Comer em segredo ou escondido dos outros.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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BOM RETORNO ÀS AULAS!

Leia o texto abaixo e poste seu comentário.

Valorização

Quando eu não me respeito,
não sou eu quem escolhe o que vou receber,
eu me sujeito ao que vier.
É como um mendigo que estende a mão,
o que derem será bem-vindo.

Quando eu não me valorizo,
fico sujeito à análise dos outros,
a opinião de "qualquer um" importa,
eu fico preso ao que os outros acham,
e não saio do lugar.

Quando eu valorizo demais uma pessoa,
por mais que eu acredite que é amor,
é apenas uma transferência, um medo de viver,
que acaba virando medo de perder.

Não se iluda!
Se você não se respeitar, não vai se valorizar.
Respeitar-se é saber dos defeitos,
mas mostrar as qualidades.
É dar dignidade para o que você faz,
fazer bem feito, não importa o que seja.
O melhor cafezinho, a melhor obra de engenharia,
a melhor sessão de psicanálise, o bolo mais gostoso,
a aula mais proveitosa, a roupa mais branca,
a varrição de rua perfeita, a administração nota 10.

Renove-se.
A vida pode ser colorida sim!
Depende apenas dos seus olhos!
O emprego pode ser o mesmo, mas você mudou,
e tudo vai mudar, até o chefe carrasco,
afinal de contas, nada, nada resiste ao amor.
Amor próprio é fundamental!

Paulo Roberto Gaefke

A interação!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

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Parabéns pela interação ocorrida na postagem Declaração de Amor...Este era o objetivo do blog.Até! Priscila.

GRUPO: CAÇA CONHECIMENTOS

segunda-feira, 1 de junho de 2009

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A SRA. STEVENS
Mário de Andrade

- Mme. Stevens.
- Sim, senhora, faz favor de sentar.
- Fala francês?
- ... ajudo sim a desnacionalização de Montaigne.
- Muito bem. (Ela nem sorriu por delicadeza.) O Sr. pode dispor de alguns momentos?
- Quantos a Sra. quiser. (Era feia.)
- O meu nome é inglês, mas sou búlgara de família e nasci na Austrália. Isto é: não nasci propriamente na Austrália, mas em águas australianas, quando meu pai, que era engenheiro, foi pra lá.
- Mas...
- Eu sei. É que gosto de esclarecer logo toda a minha identidade, o sr. pode examinar os meus papéis. (Fez menção de tirar uma papelada da bolsa aranha-céu.)
- Oh, minha senhora, já estou convencido!
- Estão perfeitamente em ordem.
- Tenho a certeza, minha senhora!
- Eu sei. Estudei num colégio protestante australiano. Com a mocidade me tornei bastante bela e como era muito instruída, me casei com um inglês sábio que se dedicava à Mefatísica.
- Sim senhora...
- Meu pai era regulamente rico e fomos viajar meu marido e eu. Como era de esperar, a Índia nos atraía por causa dos seus grandes filósofos e poetas. Fomos lá e depois de muitas peregrinações, nos domiciliamos nas proximidades dum templo novo, dedicado às doutrinas de Zoroastro. Meu marido se tornara uma espécie de padre, ou milhor, de monge do templo e ficara um grande filósofo metafísico. Pouco a pouco o seu pensamento se elevava se elevava, até que desmaterializou-se por completo e foi vagar na plenitude contemplativa de si mesmo, fiquei só. Isto não me pesava porque desde muito meu marido e eu vivíamos, embora sob o mesmo teto, no isolamento total de nós mesmos. Liberto o espírito da matéria, só ficara ali o corpo de meu marido, e este não me interessava, mole, inerte, destituído daquelas volições que o espírito imprime à matéria ponderável. Foi então que adivinhei a alma dos chamados irracionais e vegetais, pois que se eles não possuíssem o que de qualquer forma é sempre uma manifestação de vontade, estariam libertos da luta pela espécie, dos fenômenos de adaptação ao meio, correlação de crescimento e outras mais leis do Transformismo.
- Sim senhora!
- Como o Sr. vê, ainda não sou velha e bastante agradável.
- Minha...
- Eu sei. Com paciência fui dirigindo o corpo do meu marido para um morro que havia atrás do templo de Zoroastro, donde os seus olhos, para sempre inexpressivos agora, podiam ter, como consagração do grande espírito que neles habitara a contemplação da verdade. E o deixei lá. Voltei para o bangalô e fiquei refletindo. Quando foi de tardinha escutei um canto de flauta que se aproximava. (Aqui a Sra. Stevens começa a chorar.) Era um pastor nativo que fora levar zebus ao templo. Dei-lhe hospitalidade, e como a noite viesse muito ardente e silenciosa, pequei com esse pastor! (Aqui os olhos da Sra. Stevens tomam ar de alarma.)
- Mas, Sra. Stevens, o assunto que a traz aqui a obriga a essas confissões!...
- Não é confissão, é penitência! Fugi daquela casa, horrorizada por não ter sabido conservar a integridade metafísica de meu esposo e concebi o castigo de...
- Mas...
- Cale-se! Concebi meu castigo! Fui na Austrália receber os restos da minha herança devastada e agora estou fazendo a volta ao mundo, em busca de metafísicos a quem possa servir. Cheguei faz dois meses ao Brasil, já estive na capital da República, porém nada me satisfez. (Aqui a Sra. Stevens principia soluçando convulsa.) Ontem, quando vi o Sr. saindo do cinema, percebi o desgosto que lhe causavam essas manifestações específicas da materialidade, e vim convidá-lo a ir pra Índia comigo. Lá teremos o nosso bangalô ao pé do templo de Zoroastro, servi-lo-ei como escrava, serei tua! Oh! Grande espírito que te desencarnas pouco a pouco das convulsões materiais! Zoroastro! Zoroastro! Lá, Tombutu, Washington Luís, café com leite...
Está claro que não foram absolutamente estas as palavras que a Sra. Stevens choveu no auge da sua admiração por mim (desculpem). Não foram essas e foram muito mais numerosas. Mas com o susto, eu colhia no ar apenas sons, assonâncias, que deram em resultado este verso maravilhoso: "lá, Tombutu, Washington Luís, café com leite". Sobretudo faço questão do café com leite, porque quando a Sra. Stevens deu um silvo agudo e principiou desmaiando, acalmei ela como pude, lhe assegurei a impossibilidade da minha desmaterialização total e, como a coisa ameaçasse piorar, me lembrei de oferecer café com leite. Ela aceitou. Bebeu e sossegou. Então me pediu dez mil réis pra o templo de Zoroastro, coisa a que acedi mais que depressa.
Aliás, pelo que soube depois, muitas pessoas conheceram a Sra. Stevens em São Paulo.

GRUPO: POPILITCHULAS

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OS SAPOS
Manuel Bandeira

Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos!

O meu verso é bom
Frumento sem joio
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas . . ."

Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei"
- "Foi!"- "Não foi!"- "Foi!" - "Não foi!"

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- "A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo."

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa;

Lá, fugindo ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio.

GRUPO: MARFI

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A MULHER AUTOMÁTICA
Oswald de Andrade

GRUPO: XIRIBIRIBINHAS

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A MULHER AUTOMÁTICA
Oswald de Andrade

GRUPO: A TURMA DO CHAVES

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A MULHER AUTOMÁTICA
Oswald de Andrade

(De São Paulo) - Qual é o seu cargo?
- Esteno-dáctilo-serpente-contralto-secretária...
- Isso é novidade. Eu ouvi no rádio, naquele debate sobre a mulher moderna: esteno-dáctilo-serpente-secretária - A mulher atual!
- Ainda tem mais! Ponha glamour!
- Que é isso?
- Glamour é assim como eu sou. De concurso!
O homem pálido que esperava há duas horas examinou com os olhos a morena iodada no coral solto do vestido, sandálias de purpurina, cabelo lustroso, brincos, balangandãs e pulseiras, um beiço em ciclâmen por Salvador Dali.
- O senhor sabe? Comprei ontem um leque que cheira. É formidável! Da América!
A voz grossa trauteou "La vie en rose".
- Dei o fora no meu darling porque ele não me levou à boîte para ver o Charles Trenet. Fui com Mister Ubirajara.
- Quem é Mister Ubirajara?
- Acho que é canadense. Um gordo do anúncio. Tem gaita e possui um guarda-roupa perfeito. Dois ternos por dia! Me levou a Santo Amaro num 1950 formidável. Tomamos muitos drinks.
Na ante-sala de móveis mecânicos o telefone ressou.
- Aposto que é o turco! Deixa tocar... Ele fala "negócio". Quer saber do "negócio" dele. Como se eu estivesse aqui para dar informações!
O telefone insiste.
- O senhor sabe? Um marinheiro contrabandista foi ao meu apartamento levar uns cortes de tropical e uns relógios suíços. Não falava nenhuma língua. Disse por gestos que era marinheiro, da Suíça. Enquanto ele se distraiu bati um relógio-pulseira e pus ele pra fora. Começou gesticulando que faltava alguma coisa. Banquei a boba. O homem falou baiano: - Deixe de besteira moça! Não gosto disso não! Me dá o relógio!
O telefone continuava. Ela arrancou num gesto o fone e berrou:
- Não me encha! Não é aqui!
Desligou violentamente. A voz do outro lado ficou dizendo humildemente:
- Esbéra, mucinha!
- Que esbéra, nada! Se ele ligar outra vez dou o telefone do Cemitério do Araçá. Vou fazer ele falar com defunto!
Houve um silêncio rápido. O homem pálido perguntou:
- A senhora é contralto?
- Sou. O que a mulher tem de melhor é a voz! - gritou desaparendo numa porta volante. - A voz e a saliva!

GRUPO POPILITCHULAS

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CAFÉ COM LEITE
Antonio Maria

É preciso amar, sabe ? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado à sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualíssimo amor do corpo.Como deve ser triste a vida dos homens que têm mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Como é possível deixar que a pele da amada toque os lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com o que empresta as chaves. Para os chamados “grandes homens” a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada e cerra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um “pequeno homem”.Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legítimo quando, depois, se pega no sono. E há um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com a satisfação do prazer cumprido. No mais, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo o asceticismo da ioga… tudo é menor. O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.

GRUPO AS INSEPARÁVEIS: TIRO de Amadeo de Souza Cardoso

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OS RETIRANTES de Portinari by Prof. Priscila

domingo, 24 de maio de 2009

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Figura em azul de Tarsila do Amaral by Cúmplices

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A boba de Anita Malfatti by MALAGUETA

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GRUPO MALAGUETA

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O CASO DA ARANHA
Mário de Andrade

"Este primeiro dia de Paraíba tem que ser consagrado ao caso da aranha. Não é nada importante porém me preocupou demais e o turismo sempre foi manifestação egoística e individualista.
Cheguei contente na Paraíba com os amigos, José Américo de Almeida, Ademar Vidal, Silvino Olavo me abraçando. Ao chegar no quarto pra que meus olhos se lembraram de olhar pra cima? Bem no canto alto da parede, uma aranha enorme, mas enorme.
Chamei um dos amigos, Antônio Bento, pra indagar do tamanho do perigo. Não havia perigo. Era uma dessas aranhas familiares, não mordia ninguém, honesta e trabalhadeira lá ao jeito das aranhas. Quis me sossegar e de-fato a razão sossegou, mas o resto da minha entidade sossegou mas foi nada! Eu estava com medo da aranha. Era uma aranha enorme...
Tomei banho, me vesti, etc. fui jantar, voltei pro quarto arear os dentes, ver no espelho se podia sair pra um passeinho até a praia de Tambaú, mas fiz tudo isso aranha. Quero dizer: a aranha estava qualificando a minha vida, me inquietava enormemente.
Passei e foi um passeio surpreendente na Lua-cheia. Logo de entrada, pra me indicar a possibilidade de bom trabalho musical por aqui, topei com os sons dum coco. O que é, o que não é: era uma crilada gasosa dançando e cantando na praia. Gente predestinada pra dançar e cantar, isso não tem dúvida. Sem método, sem os ritos coreográficos do coco, o pessoalzinho dançava dos 5 anos aos 13, no mais! Um velhote movia o torneio batendo no bumbo e tirando a solfa. Mas o ganzá era batido por um piazote que não teria 6 anos, coisa admirável. Que precocidade rítmica, puxa! O piá cansou, pediu pra uma menina fazer a parte dele. Essa teria 8 anos certos mas era uma virtuose no ganzá. Palavra que inda não vi, mesmo nas nossas habilíssimas orquestrinhas maxixeiras do Rio, quem excedesse a paraibaninha na firmeza, flexibilidade e variedade de mover o ganzá. Custei sair dali.
Os coqueiros soltos da praia me puseram em presença da aranha. O passeio estava sublime por fora mas eu estava impaciente, querendo voltar pra ver se acabava duma vez com o problema da aranha. Nuns mocambos uns homens metodicamente vestidos de azulão, dólmã, calça e gorro. Eram os presos. São eles que fazem as rodovias do Estado e preparam os catabios. Não fogem. E não sei porque não fogem.
E fiquei em presença da aranha outra feita. Olhei pro lugar dela, não a vi. Foi-se embora, imaginei. De-repente vi a aranha mais adiante. Está claro que a inquietação redobrou.. De primeiro ela ficara enormemente imóvel, sempre no mesmo lugar. Agora estava noutro, provando a possibilidade de chegar até meu sono sem defesa. Pensei nos jeitos de matá-la. Onde ela estava era impossível, quarto alto, cheio de frinchas e de badulaques, incomodar os outros hóspedes, fazer bulha. A aranha deu de passear, eu olhando. Se ela chegar mais perto, mato mesmo. Não chegou. Fez um reconhecimentozinho e se escondeu. Deitei, interrompi a luz e meu cansaço adormeceu, organizado pela razão.
Faz pouco abri os olhos. A aranha estava sobre mim, enorme, lindos olhos, medonha, temível, eu nem podia respirar, preso de medo. A aranha falou:
- Je t'aime".

GRUPO A TURMA DO CHAVES

sexta-feira, 22 de maio de 2009

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SÃO PAULO
Blaise Cendrars

Adoro esta cidade
São Paulo do meu coração
Aqui nenhuma tradição
Nenhum preconceito
Antigo ou moderno
Só contam este apetite furioso esta confiança absoluta este otimismo esta audácia este trabalho este labor esta especulação que fazem construir dez casas por hora de todos os estilos ridículos grotescos belos grandes pequenos norte sul egípcio ianque cubista
Sem outra preocupação que a de seguir as estatísticas prever o futuro o contorno a utilidade a mais-valia e atrair uma grande imigração
Todos os países
Todos os povos
Gosto disso
As duas três velhas casas portuguesas que sobram são faianças azuis.

GRUPO CAÇA CONHECIMENTOS

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QUADRILHA
Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história

GRUPO CÚMPLICES

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ESTRELA DA MANHÃ
Manuel Bandeira

Eu queria a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã

Ela desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?
Procurem por toda à parte
Digam que sou um homem sem orgulho

Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã
Três dias e três noite

Fui assassino e suicida
Ladrão, pulha, falsário
Virgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitos

Girafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todos
Pecai com malandros
Pecai com sargentos

Pecai com fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras
Com os gregos e com os troianos
Com o padre e o sacristão

Com o leproso de Pouso Alto
Depois comigo
Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas comerei terra e direi

Coisas de uma ternura tão simples
Que tu desfalecerás
Procurem por toda à parte
Pura ou degradada até a última baixeza
Eu quero a estrela da manhã.

GRUPO MALAGUETA

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CARTAS DE MEU AVÔ
Manuel Bandeira

A tarde cai, por demais
Erma, úmida e silente...
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.
E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.
Enternecido sorrio
Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio.
Cartas de antes do noivado...
Cartas de amor que começa,
Inquieto, maravilhado,
E sem saber o que peça.
Temendo a cada momento
Ofendê-la, desgostá-la,
Quer ler em seu pensamento
E balbucia, não fala...
A mão pálida tremia
Contando o seu grande bem.
Mas, como o dele, batia,
Dela o coração também
A paixão, medrosa dantes,
Cresceu, dominou-o todo.
E as confissões hesitantes
Mudaram logo de modo.
Depois o espinho do ciúme...
A dor... a visão da morte...
Mas, calmado o vento, o lume
Brilhou, mais puro e mais forte.
E eu bendigo, envergonhado,
Esse amor, avô do meu...
Do meu - fruto sem cuidado
Que inda verde apodreceu.
O meu semblante está enxuto.
Mas a alma, em gotas mansas,
Chora, abismada no luto
Das minhas desesperanças...
E a noite vem, por demais
Erma, úmida e silente...
A chuva em pingos glaciais,
Cai melancolicamente.
E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que, meu avô
Escrevia a minha avó.

GRUPO MARFI

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PEQUENA CANÇÃO DA ONDA
Cecília Meireles
Os peixes de prata ficaram perdidos,
com as velas e os remos, no meio do mar.
A areia chamava, de longe, de longe,
Ouvia-se a areia chamar e chorar!

A areia tem rosto de música
e o resto é tudo luar!

Por ventos contrários, em noite sem luzes,
do meio do oceano deixei-me rolar!

Meu corpo sonhava com a areia, com a areia,
desprendi-me do mundo do mar!

Mas o vento deu na areia.
A areia é de desmanchar.
Morro por seguir meu sonho,
Longe do reino do mar!

GRUPO AS INSEPARÁVEIS

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POEMA DE SETE FACES
Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

GRUPO XIRIBIRIBINHAS

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INSPIRAÇÃO
Mário de Andrade
São Paulo! Comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!...Traje de losangos... Cinza e ouro...
Luz e bruma...Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paris...Anys!
Bofetadas líricas no Trianon...Algodoal!...

São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!

Estamos aguardando a participação de vcs!!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Olá galera do 3B!!

Onde estão todos que não apareceram ainda no blog!!! Estamos esperando por vcs!!



Abraços,

CarlaVizú - Antonio de Pádua - 2009

Parabéns a todos!!

domingo, 17 de maio de 2009

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Olá 3B!
Adorei essa novidade! Estou orgulhosa de vcs! Parabéns!
Estarei sempre visitando o blog e sempre que possível colaborando com textos também.

"A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar." (Henry Peter)

Abraços,

Carla Vizú - Antonio de Pádua - 2009

domingo, 10 de maio de 2009

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Declaração de amor? Não!
Este é um novo método utilizado por alguns alunos na tentativa de obter boas notas.
Prof. Priscila.

sábado, 9 de maio de 2009

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O que é modernidade?
Não é uma corrente estética, mas uma noção, muito freqüente, com a qual se qualifica muitas vezes, e em termos positivos, a qualidade de uma obra. Desligada semanticamente do conceito de modernismo, evoca outros momentos históricos de renovação estética e cultural (a modernidade do humanismo renascentista, a modernidade do espírito iluminista, a modernidade da concepção do tempo e da arte em Baudelaire e, sobretudo, a partir da Segunda Guerra Mundial, a libertação em relação às últimas peias da convenção literária, artística e cultural que mesmo os mais recentes movimentos programáticos, por sê-lo, ainda faziam sentir).
© Instituto Camões.

pronominais

segunda-feira, 20 de abril de 2009

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Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

Oswald de Andrade